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APRENDIZ DE FEITICEIRO

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No filme Fantasia da Disney Fantasia de 1940, um dos segmentos mostra Mickey como um jovem auxiliar de cozinha que no desejo de não trabalhar rouba o chapéu mágico de seu mestre Yen-Sid e dá vida a várias vassouras para encher o caldeirão de água e esfregar o chão enquanto ele descansava. A mágica, entretanto, sai do controle e destrói o castelo. A parte moral da história é que não se deve usar mágica sem ser um feiticeiro competente, sem a devida formação. Com a confirmação que a mancha de óleo nas praias teve sua origem num navio grego, que já foi ligado a Petrobras e que trata-se de um ato criminoso, terrorismo, (leia no Antagonista os detalhes), a CPI proposta pelo deputado calouro João Campos pode facilmente transformar-se numa extensão da Lava Jato dentro do Congresso Nacional. Não apenas isso, pode prejudicar profundamente o negócio turístico no Brasil, ceifando empregos e falindo empresas. É um desastre. O próprio presidente Rodrigo Maia já deu um puxão de orelhas no rapaz.

MINHA BIBLIOTECA

Sou um colecionador de livros, mas não um grande leitor. Quando recebi meu primeiro salário em 1984, como estagiário da FIDEM, fui à Livro 7 e torrei até o último centavo. Cheguei em casa liso, mas com uma sacola cheia de livros, entre eles as obras escolhidas de Lenin, em três volumes da Editora Alfa-Ômega, e A Origem das Espécies de Charles Darwin. Para mim eram obras obrigatórias, mesmo que fossem apenas para uma consulta ocasional. Há vinte e cinco anos, desde que surgiu o livro digital, passei a juntar todos os mais relevantes que chegam às minhas mão. Acreditem, tenho muitos milhares, sobre todos os assuntos, de marketing político a engenharia siderúrgica, de física quântica a culinária brasileira do século XIX. Possuo hoje cerca de 8 mil livros relevantes, desse total 1.850 estão devidamente e rigorosamente catalogados. É um trabalho em andamento. No total são cerca de 2 milhões de páginas escritas. Caso eu decidisse apenas ler minha biblioteca, no meu ritmo mais acelerado de l

O CALUNDU E CACORÉ DE ESQUERDA

Lembrei há pouco uma canção do menestrel Elomar chamada “Calundu e Cacoré”. Para quem não sabe são duas palavras indígenas que guardam uma contiguidade entre si: “calundu” significa raiva, “enfezação”, revolta introvertida. Já “cacoré” é a consubstanciação do calundu, o ato de transformar o calundu em substância, dar materialidade. Um exemplo: o cidadão descobre que sua esposa está saindo com seu melhor amigo, aquilo transforma-se num calundu, ele fica cismado remoendo a situação num canto qualquer, triste, com raiva, até que resolve acabar com tudo, vai lá, encontra o casal e no cacoré comete o trágico ato de atirar em ambos e depois em si mesmo. A esquerda nos últimos vinte anos resumiu-se a criar calundu e tentar transformar em carcoré. Nunca vi tanta gente enfezada, irritada, revoltada na minha vida. O mundo é cruel injusto e incorrigível e igualmente vazio, triste e perverso. Um colega da Casa do Estudante da UFPE, nos tempos do Regime Militar, falou que a ditadura estava em tod

O MURO CONTINUA DESMORONANDO

Há 29 anos caiu o muro de Berlim. Não foi apenas um dia, foi todo um período. Esse vosso amigo tinha, então, 25 anos e trabalhava como assessor parlamentar em tempo integral na Câmara dos Vereadores do Recife, o primeiro mandato do Partido Comunista desde a redemocratização de 1945. Foi um tempo confuso, incompreensível para um militante cheio de dogmas como fui. Disciplinado aguardei a iniciativa da direção para fazer o processo de reflexão, crítica e autocrítica. Não aconteceu. Não no momento adequado e no formato devido. O principal dirigente era um grande líder, mas um velho guerreiro, apegado aos antigos dogmas. Estava tão confuso quando eu. Ainda tentou nutrir uma esperança na reação dos velhos bolcheviques russos entrincheirados no parlamento, publicou uma nota de apoio na Folha de São Paulo que terminou sendo uma espécie de epitáfio. Os desdobramentos daquele fatídico novembro de 1989 continuam. Muitas pedras do muro foram lançadas ao alto e continuam caindo nas cabeças dos z

O REI ESTÁ MORTO. LONGA VIDA AO REI!

Qual a eleição que vivemos hoje? Em minha opinião a de 2022. Exatamente. Começou um reposicionamento geral, um aquietamento e as proclamações de adesão ao novo poder. As forças políticas preparam o terreno para crescer num tempo de Bolsonaro. Forças que eram do primeiro time como o PSDB foram derrotadas e lambem as feridas, preparam para uma posição secundária, coadjuvante, Ciro Gomes, mais ousado, não perde tempo e já começa a explorar opções, mudar de opiniões. Paradigmas foram quebrados aos montes nessas eleições. O mais surpreendente foi a desmoralização dos meios de comunicação de massa, em especial da TV, como construtores e condutores da opinião pública. Apenas esse fator já seria o suficiente para mil teses de doutorados. Tem mais, muitos cavalos selados transitando pelo país. A recém criada revista Cruzoé pode galgar um voo “vejiano”, o instituto Paraná outro “ibopeano”. Cadeiras vão mexer e pescoços serão separados das suas respectivas cabeças (no sentido figurado, claro).

OS VOTOS DOS FEDERAIS NOS CONTAM MUITO DO FUTURO

Será possível criar algum critério objetivo para tentar antever o resultado eleitoral em Pernambuco, com base em informações já conhecidas? Sim. Escolhi uma série de dados sobre a evolução das opiniões dos deputados federais eleitos em 2014 para ilustrar. Sob o comando de Eduardo, em 2014, foi alcançado 2.046.847 votos de deputados federais eleitos na aliança de Paulo Câmara. Com a nova direção do PSB, após a morte de Eduardo, os deputados Eduardo da Fonte (283.567 votos), Pastor Eurico (233.762 votos), Anderson Ferreira (150.565 votos), João Fernando Coutinho (120.059 votos), Fernando Filho (112.684 votos), Marinaldo Rosendo (97.380 votos), Wolney Queiroz (86.739 votos) e Kaio Maniçoba (28.585 votos) não se “alinharam” ao novo pensamento e saíram da aliança . Esses deputados afastados representa m 1.113.341 votos, ou seja, 55% do total . Num resumo: o PSB e seus aliando em 2014 somaram 2.046.847 votos, hoje somariam apenas 933.506, uma queda de 55%, enquanto a oposição que co

NÃO TIREM O MACACO, POR FAVOR

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Lembrando hoje de uma estória sobre a relação cliente-agência, que me foi contada ainda no tempo de estudante e permanece atual, para tudo. Contam que existia em Hollywood um roteirista apaixonado pela fábula da bela que é conquistada pela fera, do conto francês de Gabrielle-Suzanne Barbot, que teve a ideia de fazer um roteiro para um filme de ação onde pudesse usar as emoções criadas pela narrativa da fábula. Montou uma história com uma bela ruiva (as ruivas sempre fazem papeis assim) e uma fera, um imenso gorila. No lugar do palácio, uma ilha remota do Pacífico habitada por monstros pré-históricos, e uma cena final, idêntica à fábula, onde a fera ensandecida é abatida pelos habitantes do vilarejo, transformado na cidade de Nova York. O roteirista criou como quem faz uma sopa, não esquecendo todos os ingredientes para conquistar o público: ação, aviões com metralhadoras, bombeiros, interesses financeiros, e tudo mais. Entretanto, o cerne da história era a antiga fábula, as emoçõ