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Mostrando postagens de setembro, 2017

EU AMO BELO JARDIM

Meu pai morou em Belo Jardim de 1914 a 1927, treze anos, junto com minha avó, Dona Nazinha, na casa do tio, Abílio de Barros Correia. Cresceu com Abaeté e Amaury. Foi para o Rio de Janeiro antes da emancipação, há 90 anos. Eu fui seu único filho que morou na cidade, de fins de 1975 ao início de 1980, cinco anos. O que tenho em comum com meu pai? Fomos adolescentes na mesma cidade, no mesmo ambiente. Hoje faz quase quarenta anos que estou longe e como ele fazia, sempre coloco Belo Jardim nas minhas histórias, minhas aventuras, meus pensamentos. As vezes visito nos sonhos as ruas, não as de hoje que estão no Google, mas as do meu tempo de molecagem, vejo minha mãe, minhas professoras (Dona Olindina) e amigos que desapareceram como Everaldo Gordinho. Acordo e percebo que mesmo ausente, faço parte desse lugar.

VIVA A DEMOCRACIA OU KAUTSKY VIVE!

"Quando o PT chegou ao poder em 2002 decidiu destruir o capitalismo 'por dentro'. Então foi engolido, digerido e agora excretado" Vejo hoje um retorno a ortodoxia dos debates da esquerda do fim do século XIX: reforma x revolução, Lenin x Kautsky. A "reforma", ou seja, a convivência (nem sempre harmoniosa) com o capitalismo é incerta, não raras vezes é frustante e gera, imperiosamente, mais democracia. Essa é a visão de Kautsky. A revolução é certa e retumbante, golpeia o capitalismo mortalmente e gera, também imperiosamente, regimes distorcidos, bizarros, inimigos da democracia, ditaduras (proletárias ou não, geralmente não). Essa é a visão de Lenin. Infelizmente não existe uma "manga do meio" como diria Dona Adélia, minha avó, um atalho, uma saída híbrida ou simplesmente adoçada como pensou Gramsci. O fracasso da URSS mostrou as limitações dos processos revolucionários. A experiência do PT no Brasil demonstrou claramente o fracasso de caminhos