OS VOTOS DOS FEDERAIS NOS CONTAM MUITO DO FUTURO


Será possível criar algum critério objetivo para tentar antever o resultado eleitoral em Pernambuco, com base em informações já conhecidas? Sim. Escolhi uma série de dados sobre a evolução das opiniões dos deputados federais eleitos em 2014 para ilustrar.
Sob o comando de Eduardo, em 2014, foi alcançado 2.046.847 votos de deputados federais eleitos na aliança de Paulo Câmara. Com a nova direção do PSB, após a morte de Eduardo, os deputados Eduardo da Fonte (283.567 votos), Pastor Eurico (233.762 votos), Anderson Ferreira (150.565 votos), João Fernando Coutinho (120.059 votos), Fernando Filho (112.684 votos), Marinaldo Rosendo (97.380 votos), Wolney Queiroz (86.739 votos) e Kaio Maniçoba (28.585 votos) não se “alinharam” ao novo pensamento e saíram da aliança. Esses deputados afastados representam 1.113.341 votos, ou seja, 55% do total.
Num resumo: o PSB e seus aliando em 2014 somaram 2.046.847 votos, hoje somariam apenas 933.506, uma queda de 55%, enquanto a oposição que conseguiu 731.454 votos, hoje conseguiria 1.664.960 votos, um crescimento de 228%.
Essa política de alianças é justificada por um alinhamento com o Partido dos Trabalhadores, e o uso liberado do nome de Lula. Ora, sob uma ótica apenas dos votos de deputado federal esse raciocínio não tem sustentação já que o PT não elegeu nenhum deputado federal e não somou nenhum voto na conta. Sob o ponto de vista do uso da marca “Lula”, também carece de sustentação já que a exclusividade não é garantida e necessita de “truques” com resultados incertos. É também uma enorme insensatez pois implica em renunciar, de forma completa ou parcial, às marcas de Eduardo, Arraes e Marina por uma exclusividade duvidosa de Lula.
Claro que essa condução política pouco inteligente foi construída com base em pesquisas de opinião, mas será que foi feito o confronto entre as marcas já em posse pelo PSB (Arraes, Eduardo e Marina) e a ambiguidade do nome de Lula? Foi levando em conta a possível permanência de Lula na cadeia o que enfraqueceria a posse da marca? Acho que não.
Para produzir uma estratégia e uma aliança política que conduza a vitória, como a que foi conseguida por Eduardo, é necessário mais que pesquisas incompletas. Parece que o ex-governador levou para o túmulo a capacidade e a inteligência para realizar tais proezas, não deixou substituto.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A IMPORTÂNCIA DO FOGO NA CULINÁRIA

GAME OVER DILMA

VIVA AS KOMBIS! PEQUENO É EFICIENTE