MERCADO EDITORIAL - UM NEGÓCIO ZUMBI


Não existia mercado editorial antes de Gutemberg, ele criou esse negócio, que do ponto de vista industrial, consiste em beneficiar folhas de papel e vendê-las por uma preço mais elevando. O lucro pode ser ampliado pela redução da quantidade de papel, ou pela elevação da procura do conteúdo impresso. Para a indústria, conteúdo é aquilo que deve ser impresso para que o papel sofra a metamorfose transformando-se de uma feia e tosca folha de papel, uma lagarta, numa linda borboleta, o livro.
O mérito de Gutemberg não está em ter conseguido a tecnologia, o tipo móvel, isso já era dominado pelos chineses, mas em ter iniciado um bussiness de sucesso.
A lucratividade do mercado editorial sempre foi astronômica, o que possibilitou a longevidade do negócio.
Hoje, entretanto, um dos elementos fundamentais sumiu: o papel. Não é mais necessário dele para divulgar o conteúdo e o negócio deixou de existir, sublimou.
O mundo e a cultura existiam antes de Gutemberg vão continuar existindo após o fim do seu modelo de negócio. Cícero, Aristóteles, Tomás de Aquino e Sêneca nem sonhavam com o livro moderno, da mesma forma que os intelectuais do futuro irão rir do tempo das cavernas quando era necessário tinta para aprisionar a palavra estática numa lasca de celulose feita de árvores derrubadas por uma indústria poluidora.
A "palavra" do futuro não caberá numa folha de papel, será muito mais que isso, verbo, ação, som, imagem, cheiro, algo muito maior.
O mercado editoria atual é um zumbi, um morto-vivo. Não adianta choro nem vela.

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