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Mostrando postagens de julho, 2016

NÃO TIREM O MACACO, POR FAVOR.

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Lembrando hoje de uma estória sobre a relação cliente-agência, que me foi contada ainda no tempo de estudante e permanece atual, para tudo. Contam que existia em Hollywood um roteirista apaixonado pela fábula da bela que é conquistada pela fera, do conto francês de Gabrielle-Suzanne Barbot, que teve a ideia de fazer um roteiro para um filme de ação onde pudesse usar as emoções criadas pela narrativa da fábula. Montou uma história com uma bela ruiva (as ruivas sempre fazem papeis assim) e uma fera, um imenso gorila. No lugar do palácio, uma ilha remota do Pacífico habitada por monstros pré-históricos, e uma cena final, idêntica à fábula, onde a fera ensandecida é abatida pelos habitantes do vilarejo, transformado na cidade de Nova York. O roteirista criou como quem faz uma sopa, não esquecendo todos os ingredientes para conquistar o público: ação, aviões com metralhadoras, bombeiros, interesses financeiros, e tudo mais. Entretanto, o cerne da história era a antiga fábula

DEVOLVAM O XELELÉU!

O português está perdendo palavras e as que são adicionadas são anglicismos pobres. Ontem recebi um email onde a palavra bajulador foi substituída por "smarmy", segundo o autor da substituição trata-se de uma palavra mais apropriada já que considerava "bajulador" muito educada, até culta, erudita. Ora, nossa língua portuguesa é tudo, menos culta e erudita. Ninguém xinga alguém de "bajulador", isso é coisa da futilidade acadêmica e das sacristias. Nosso português foi formado nos portos, na zona, por prostitutas e trabalhadores braçais, escravos e livres. Quando se acusa alguém de bajulador se chama de puxa-saco, babão, chaleira e a melhor de todas, xeleléu. Estamos perdendo a palavra xeleléu e em seu lugar querem colocar essa tal "smarmy". Terrível.

PEIXE DE ÁGUA DOCE

Tenho muito carinho e amor pelas minhas terras: Garanhuns, Belo Jardim e Brejo da Madre de Deus, mas também tenho um coração grande, que cabe outros lugares. Interessante é que, mesmo morando há 36 anos no Recife, não me sinto pertencente à cidade e mesmo sendo tratado de forma fraternal sou sempre um visitante, um estrangeiro. Acho que é o mangue, o massapé, a maré, o calor abafado e essa cultura de canavial, de casa grande e senzala, que não me diz respei to. Sou peixe de água doce, meio sertanejo - meio da mata, sou do agreste. Quando comecei a namorar com minha esposa Maria do Carmo, que é de Rio Formoso e pertence a essa cultura recifense, fui convidado para um almoço na casa de Cazuza, seu avô e pessoa interessantíssima. Lá serviram o prato mais fino e nobre que um recifense pode conceber, carne de caranguejo. Achei esquisito e terminei comendo apenas uma pequena poção, de forma contida, com um pouco de arroz e pirão. Devia ser uma entrada. Terminado perguntei