O SUICÍDIO DE MULHERES NO INÍCIO DO SÉCULO XX.


Os registros policiais do início do Século XX guardados no Arquivo Público de Pernambuco mostram um traço trágico da terrível condição de opressão que viviam as mulheres, o elevado número de suicídios de jovens no Recife e em todo Pernambuco. Até os anos da minha adolescência em cidades como Garanhuns e Brejo da Madre de Deus era comum escutar que alguma mocinha com 15 ou 18 anos tinha tentando o suicídio cortando os pulsos pelos pais proibirem um namoro ou outra coisa similar. Também era comum casais que fugiam para casarem ou viverem juntos longe das famílias. As moças eram “roubadas”, segundo se dizia na época.
O suicídio é uma medida desesperada de uma pessoa que não ver nenhuma saída, uma situação de terrível violência que felizmente quase não existe mais.
Essa situação era comum em muitos países é foi retratado na ópera de Puccini “Gianni Schicchi” em sua ária “O mio babbino caro”, onde uma mocinha, na mesma situação canta para o pai:

Em italiano
O mio babbino caro,
mi piace, è bello, bello.
Vo'andare in Porta Rossa (it)
a comperar l'anello!
Sì, sì, ci voglio andare!
e se l'amassi indarno,
andrei sul Ponte Vecchio,
ma per buttarmi in Arno!
Mi struggo e mi tormento!
O Dio, vorrei morir!
Babbo, pietà, pietà!
Babbo, pietà, pietà!

Em português:
''Oh meu amorzinho querido
Eu amo-o, ele é tão belo;
quero ir até Porta Rossa
Para comprar o anel!
Sim, sim, eu quero!
E se o meu amor fosse em vão,
eu iria até Ponte Vecchio,
e me atiraria ao rio Arno!
Eu choro e sofro tormentas!
Oh Deus, preferia morrer!
Pai, tende piedade, tende piedade;
Pai, tende piedade, tende piedade!

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