O MARTELO DE LULA

Um ditado que gosto que diz: "Dê um martelo a uma criança que o mundo vira um prego".

A atração da criança pelo objeto é a mesma que os adultos têm pelas suas profissões ou pelos modelos que representam. Para muitos jornalistas o mundo é uma grande redação, para um publicitário - uma agência, para um sindicalista - um sindicato, para um ongueiro - um catálogo de causas a serem defendidas. Cada um carrega as coisas boas, as virtudes do seu pequeno universo, também os defeitos e deficiência e assim vai batendo seu prego pela vida.
No poder presidencialista imperial que temos é fácil enxergar esse mecanismo funcionando. Os militares criaram seu martelo, seu modelo, baseado na caserna, conhecemos o resultado. Fernando Collor reproduziu em Brasília o seu próprio “martelo alagoano” e saiu “batendo” por todo canto, criando pequenas “Alagoas”, o resultado também é conhecido. Fernando Henrique buscou um modelo mais amplo, um “martelo paulista-neoliberal-fashion” e assim por diante.
O PT tem um “martelo-sindical-paulista”, e o resultado é a reprodução dos defeitos presentes no molde, vejam algumas características:

POUCA OU NENHUMA PREOCUPAÇÃO COM A EFICIÊNCIA NA ADMINISTRAÇÃO
Ora, administrar bem envolve não falir o negócio e sindicatos são entidades do tipo “highlander”, não vão à “falência”, mesmo depois de vilipendiados, depenados e esquartejados. Sempre chega a contribuição sindical no mês de maio e ele renasce das cinzas.

POUCA OU NENHUMA PREOCUPAÇÃO COM A TRANSPARÊNCIA E A LEGALIDADE
Sindicatos são entes quase “fora do estado”, não prestam contas a ninguém, nada os regula ou fiscaliza. É o reino do patrimonialismo, daquele sentimento que a entidade pertence ao presidente e seus familiares e assessores.

POUCO OU NENHUM RESPEITO POR PROCESSOS DEMOCRÁTICOS
Sindicatos não são conhecidos pelos processos democráticos. Tem uma máxima que resume bem: “numa eleição sindical vale tudo, até voto”.

Aplicando esse martelo o PT e Lula criaram em Brasília um “estado petista” e agora estão pagando pelos erros do modelo.

A esquerda e o movimento sindical e popular precisa aprender com essa experiência: prezando pela eficiência e boas práticas administrativas; criando mecanismos de transparência; respeitando e promovendo a legalidade, inclusive da Lei de Responsabilidade Fiscal; respeitando os mecanismos democráticos e a boa ética republicana, mesmo quando os resultados são adversos.

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