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Mostrando postagens de julho, 2013

GAME OVER DILMA

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Estamos ainda há muito tempo das eleições, mas o quadro já começa a dar sinais de sedimentação. Um dos fenômenos que está ocorrendo agora é a aproximação do PSB com o PMDB. Eu li esse semana na coluna de política de Leonel Rocha na ISTO É. ''Temer informará a ela (Dilma) que um grupo influente do PMDB defende o rompimento imediato com o Planalto e o apoio à candidatura do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB).'' Ora, muita gente pode até achar surpreendente, mas esse movimento já era previsto e pode até ser antecipado e explicado usando a teoria dos jogos, chama-se equilíbrio de Nash. Trata-se de uma tendência ao equilíbrio que acontece entre dois concorrentes que aliam-se quando uma situação mostra-se desvantajosa para ambos. É uma espécie se simulação de um jogo de perde (PMDB), perde (PSB), transformado-se num ganha, ganha. Podemos pensar numericamente assim: Vamos dar valores, a possibilidade maior de vitória vale 2 e possibilidade menor de vitória 1.

SERÁ QUE É VIÁVEL UM "VOLTA LULA!"?

"Lula candidato", esse é o mote do momento, tanto dos setores espontâneos do PT, quanto dos jornais que traduzem as opiniões da oposição ligada ao PSDB. Esse é um fenômeno político discreto, mas de imensa importância, marca o abandono da candidatura de Dilma. Para o PT existe a necessidade de buscar caminhos alternativos para contornar o problema, para o PSDB a possibilidade de infligir uma dura derrota no PT. Lula é um candidato formidável e vai bem nas pesquisas, se comparado à Dilma, mas, seria agora o melhor momento para ele enfrentar uma eleição? Acredito que não. Sendo candidato Lula seria o alvo a ser atingido, dos grandes. Assuntos pessoais dificílimos como o seu relacionamento com Rosimary, os desmandos aprontados pela moça, o envolvimento no Mensalão e outros temas que voltariam com toda força, fustigando continuamente o candidato, fazendo ele assumir uma posição francamente defensiva, desmotivando as tropas lulistas e criando uma legião de traidores e desertores

SE É INEVITÁVEL, PODEMOS SUPORTAR

Uma mudança de estratégia poderia garantir o futuro do Partido dos Trabalhadores. Perguntaram o que eu fazia para evitar problemas cardíacos, eu respondi, para evitar nada. Como assim nada?! Você está entregue?! Claro que não, apenas decidi por outra estratégia mais realista. Tenho 49 anos, estou acima do peso, minha informação genética não ajuda.  Meu pai morreu aos 65 de infarto, um irmão aos 54 também de infarto, outro de 59 por problemas circulatórios. Seria razoável esperar problemas aos 60 anos, numa média. Com esse histórico "evitar" é uma estratégia demasiadamente otimista, seria mais apropriado a estratégia de "suportar" o que é supostamente inevitável. É uma mudança significativa. Tento criar uma estratégia sustentável, de longo prazo: não fumo e por nunca ter fumado não sou susceptível a uma recaída;  não bebo e por não apreciar conversa de mesa de bar dificilmente mudarei de ideia; não abuso do açúcar e por não apreciar chocolate continuarei assim;  f

UM TICKET JÁ É ALGUMA COISA.

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Aparentemente Dilma deseja despejar o PMDB da vice presidência e substituir por Eduardo. Como isso pode acontecer? Essa é uma pergunta que vale muito para o PT e toda a esquerda hoje. Temer, o vice atual, é um típico peemedebista, vendeu seu peixe LG pelo preço de iPhone, entregou um xinglingue com apenas um chip e agora quer o dobro ou devolução. Dona Dilma do alto da sua conhecida arrogância imperial, passa para um interlocutor mais confiável a conversar com Eduardo, Lula. Entretanto, não é coisa fácil. A hemorragia parece que ainda não acabou e após a confirmação da eficiência e dos danos causados pelas manifestações  outras virão, atingindo cidades menores e num nível político mais elevado. A contraofensiva do governo foi inapropriada e ineficiente, não conseguiu dar resposta e ainda criou novas arestas, como com a classe médica. Eduardo sabe disso. A vice presidência poderia ser um bom negócio em 2010, quando foi dado à Temer, mas hoje tem um valor apenas relativo. Hoje o qu

OH DIA, OH VIDA, OH AZAR!

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O que é mais prejudicial ao príncipe, escutar o otimista, o puxa-saco ou o pessimista? O puxa-saco é um personagem conhecido, o bajulador, adulador. Aqueles que cercam os poderosos, para tirar proveito ou simplesmente brilhar um pouco, pois a luz do príncipe refletida em sua mediocridade pode ser a única forma de reluzir que venham a ter na vida. O puxa-saco é, então, por essência, um ser desprovido de pensamento próprio, apenas reflete a opinião do seu senhor, como um espelho ou uma catedral onde se escuta apenas o próprio eco. O otimista é bem diferente. É aquele que acredita, consciente ou inconscientemente, que o universo trama a favor do soberano, que mesmo as situações mais adversas levarão a avanços, que a soma geral de tudo que é feito será sempre positiva. O otimista é, por essência, místico na política pois acredita que é um soldado de uma força maior, bondosa, positiva, inteligente e que luta contra forças do mal, ruins, más, negativas e sem inteligência. Para o otimist

DESSE MATO NÃO SAI COELHO

Um bom e combativo amigo de um desses partidos que apoiam o PT me perguntou agora a pouco em off se seria possível Dilma assumir uma plataforma de mudanças e reformas estruturais. Acho que a resposta é dificilmente. Ela não deseja e já disse que não faz nada disso. É fácil perceber isso pela ordem do pronunciamento de Dilma. O primeiro assunto tocado foi um compromisso com a atual política econômica, que é chamado pelo eufemismo de "responsabilidade fiscal", que representa a espinha dorsal da política neoliberal no Brasil e foi um compromisso assumido por Lula logo após sua eleição com a Carta aos Brasileiros. Essa política consiste no "enxugamento  das despesas de custeio" da máquina;  a suspensão dos investimentos - usando hoje o recurso da burocracia onde a marquetagem do governo anuncia "x", mas só investe de fato "x/3", insuficiente para manter um crescimentos sustentável;  a manutenção do superávit primário em 3,2% e a ampliação da dívid

O GOLPE MAIS GENIAL DA PRESIDENTA

O Senado deu um "desconto" nos verbas do pré-sal que iam para a Educação. Mas, o que isso significa mesmo? Essa disputa vem se arrastando há muito tempo, já havia sido alvo de uma luta aciradíssima entre os tais estados produtores e o resto do país, colocando em risco o mais precioso patrimônio do Brasil, o Pacto Federativo. A disputa deixou à mostra todos os preconceitos da presidenta e do partido que a sustenta contra os municípios  e levou o governo a uma fragorosa derrota. Aconteceu na votação sobre a distribuição dos royalties do petróleo. Tudo caminhava para que grande parte desses recursos fossem destinados aos caixas das prefeituras em todo o país, e com um detalhe maravilhoso, o Governo Federal não poderia desviar os recursos para outros fins (como faz com o IPI) e o valores seriam crescentes, aumentando com o pré-sal. Foi um parto difícil, mas os municípios tinham conseguido ganhar a batalha e o projeto ia para o gongo final no Congresso. O governo reagiu e col

JOGA BOSTA NA GENI

A militância do PT já arranjou um culpado para todos os males que estão afligindo a presidenta Dilma: A Rede Globo. A emissora é como a Geni da Ópera do Malandro, é feita para apanhar, é feita para cuspir. Será que a acusação corresponde a verdade? Tenho dúvidas. Houve mudanças significativas nos últimos anos nos hábitos da classe média brasileira. A televisão aberta passou a ter uma importância secundária, sendo substituída pela TV a cabo e principalmente pela Internet. A geração da classe média que hoje tem 18 anos já não recebe influência da Globo, não assiste a programação. Essa juventude vê a Globo como um anacronismo, como uma coisa antiga que sobrevive para a mãe assista a novela e o pai o Jornal Nacional. O jovem vai ao Facebook e quando possui TV a cabo assiste Two and a Half Man ou The Big Bang Theory.  As grandes manifestações foram obra dessa geração. A Globo envelheceu, em seu lugar os canais do Youtube e a Porta do Fundo, esse sim, mais influente e formador de opinião

SERÁ NECESSÁRIO CHUPAR O LIMÃO

Para Dilma não será possível transformar o limão numa limonada, não desta vez. Foi a polidíssima ministra Carmen Lúcia que deu o golpe definitivo na tentativa esdrúxula do governo Dilma de aproveitar as manifestações das ruas para garantir a própria reeleição. Não que o plebiscito seja má ideia, mas a tentativa de conduzir a consulta com o objetivo de imobilizar o Congresso apenas visando os interesses do PT é tão absurda, tão clara, tão assustosa, que Dilma conseguiu o que seria impensável, desfazer a unidade da base aliada que ela própria havia conseguido construir na semana anterior. A presidenta tinha todos os elemento favoráveis para reforçar a unidade da sua base de apoio e promover reformas no Estado brasileiro que em nenhum momento dessa longa permanência do PT no poder foi realizada. Todos esperavam isso dela e assim, ela entraria para a história, consolidaria seu prestígio como grande administradora, escaparia da sombra de Lula e estaria naturalmente gabaritada para exigir