LEMBRANÇAS DE UM ÔNIBUS DA CTU



Estou ficando velho. Esse foi o primeiro transporte público que usei no Recife, um elétrico da linha Mustardinha, ainda nos idos de 1979.
Lembro que um doido do bairro ficava o dia inteiro passeando, de ônibus em ônibus.
Certa vez sentou ao meu lado no banco do besta, aquele longitudinal, e batendo com força no meu braço pediu uma caneta. Eu, um matuto assustado lá de Belo Jardim, tratei de dar a minha única caneta Bic azul ao rapaz. Ele, entretanto, não usou, queria apenas a tampa, tirou e devolveu o resto. Assustado mas curioso, perguntei meio sem jeito:
- Pra quê você quer essa tampinha?
- Para coçar o ouvido. Respondeu o rapaz.
Em seguida enfiou a ponta da tampinha no ouvido tirando certa quantidade de sujeira que cheirou e limpou na calça.
Rarará!
Estou rindo agora, mas no momento fiquei assustado.
Também foi nesse ônibus que escutei, pela primeira vez, o lindo e inocente versinho eternizado pelo Velho Faceta do pastoril:

"Bairro é o meu
Casa é a minha
Mas, lugar de corno
É na Mustardinha".

Lírico.


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