PESCARIA ELEITORAL
A eleição é como uma pescaria. Os candidatos são os pescadores e os apoios recebidos os peixes. Um pescador que fisga muitos peixes graúdos tem mais chances de levar a melhor que outros que só fisgou três ou quatro piabinhas. O problema é que muitos desses peixes, os maiores, são espertos e traiçoeiros, comem a isca, fazem de conta que estão fisgados, quando o pescador está confiante, fogem sorrateiramente de volta ao açude, para procurar outro anzol mais suculento. O pobre pescador, então, prepara nova isca, fisga novamente o mesmo peixe e o processo se repete, novamente e novamente. Assim, o pescador inteligente e moderno não coloca o anzol na água no começo da temporada, com peixes gananciosos, querendo iscas gordas, grandes. Não, ele aguarda, vai pescando pelas beiradas, caladinho, pegando os peixes menores para não despertar a atenção dos maiores e no momento certo, já perto do fim da pescaria, lança todas as suas iscas para pegar os grandes, aqueles que já fugiram dos anzóis dos